Infelizmente, o meu primeiro post será com uma notícia lamentável, contudo, eu não poderia deixar de homenagear esse instrumentista que era de fato um artista.
O músico espanhol Paco de Lucía, considerado um dos maiores violonistas da história da música flamenca, morreu nesta quarta-feira aos 66 anos em Cancún, no México.
Francisco Sánchez Gómez – nome real de Paco de Lucía – nasceu na pequena cidade portuária no sul da Espanha em 1947. O "Lucía" de seu nome artístico nada mais era do que o nome de sua mãe. Figura mítica do flamenco, um talento nato lapidado no convívio com o pai e o irmão, também excelentes violonistas do flamenco, ele se profissionalizou aos 12 anos. Autodidata, sem grandes noções de teoria musical, se destacou ao incorporar outros estilos à música tradicional espanhola, como o jazz, o blues, a música hindú e a bossa nova.
Paco de Lucía se tornou conhecido do grande público na Espanha em 1975, graças à rumba Entre dos Aguas, que acabaria o projetando para outros países. Após anos de reconhecimento da crítica e sucesso comercial – chegou a vender milhões de discos com os parceiros Al Di Meola e John McLaughlin –, o violonista foi consagrado com o prêmio Príncipe de Astúrias das Artes em 2004.
Entre dos aguas - Paco de Lucía
Nos
últimos anos, viveu entre Palma de Mallorca e Cuba, mas não deixou de
fazer turnês – após um hiato de 16 anos, se apresentou no Brasil em
2013, com shows em São Paulo, Rio e Porto Alegre.
Ele estreou com o disco com Dos Guitarras Flamencas (1965), em duo com Ricardo Modrego, e desde então a sua discografia nunca mais parou de crescer. Álbuns como Fantasia Flamenca (1969), El Duende Flamenco (1972), Fuente y Caudal (1973), Almoraima (1976), Castro Marin (1981), Siroco (1987), Zyriab (1990) ou Concierto de Aranjuez (1991) acabaram por popularizá-lo, embora o seu grande sucesso transversal tenha sido realmente o tema Entre dos aguas.